| Apesar de parecer 
              que só tem uma, na verdade o Dragão tem duas cabeças: 
              a que todos vêem durante os cortejos e a invisível, 
              que coordena os passos da fera.
 
 A cabeça visível é comandada por Gérson 
              Amorim, ator do núcleo de teatro do TCA que já atuou 
              em peças como Ensina-me a Viver. É ele que sustenta 
              a cabeça do Dragão durante o cortejo, guiando a fera 
              e comandando as luzes que saem dos olhos e a fumaça das ventas. 
              Sim, a cabeça pesa um pouquinhos, uns 25 
              quilos, diz ele, respondendo a pergunta que todo mundo quer 
              fazer.
 
 Ele acredita que o público está recebendo bem o Dragão, 
              tendo aplaudido bastante tanto o nascimento no Centro de Convenções 
              quanto o primeiro cortejo. Luiz Marfuz, a cabeça invisível 
              que concebeu e coordena a fera concorda com ele. Os participantes 
              da SBPC abraçaram o símbolo: saíram atrás 
              queriam tocar. As idéias por trás - a fusão 
              de culturas, o imaginário - estão chegando de uma 
              forma bonita e afetuosa às pessoas, diz ele.
 
 Marfuz lembra que, além dos cortejos, o Dragão aparecerá 
              em alguma das palestras ou conferências. Mas não diz 
              qual de jeito nenhum. È uma surpresa. A idéia 
              é que a Arte interrompa a Ciência, mas não em 
              oposição, e sim para dialogar.
 
 O Dragão é à prova dos quatro elementos, 
              diz ele sobre as dificuldades impostas pela chuva e pelos espaços 
              que - como era de se esperar - não foram planejados para 
              o trânsito de seres mitológicos. Apesar das escadas 
              e áreas muito fechadas, não há muitos problemas. 
              As pessoas vão abrindo e construindo o caminho do Dragão, 
              num espetáculo de rua semelhante a outros existentes da Bahia, 
              como as lavagens.
 
 E para onde vai o Dragão depois do último cortejo 
              e do conflito final com os Guardiães do Conhecimento? O 
              Dragão não morre. Ele é um símbolo do 
              imaginário e por isso não morre. Depois do último 
              combate, acontecerá o renascimento da fera.
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