Música
lenta e teatro engajado fizeram o Palco Maracangalha de hoje. As
atrações da tarde deram um novo perfil ao espaço
cultural que nos dias anteriores foi essencialmente de batuques
e balancês. O grupo de teatro Companhia das Águas,
e os musicais Grupo Romançal e Letícia Gabian garantiram
a permanência do bom nível das apresentações,
no penúltimo dia da SBPC em Salvador.
A chuva fina intimidou os espectadores que se restringiam aos espaços
cobertos das escadarias em frente ao palco. Mas logo que o grupo
Companhia das Águas chegou a cena, a relação
entre a platéia e os artistas voltou a se estreitar. Os cerca
de 18 atores dispensaram os microfones e aproveitaram o espaço
embaixo do palco para desfilar diálogos e figurinos encantadores.
O espetáculo As Fontes de Salvador e seus Convidados,
apresentado pelo grupo, contou a história das fontes da cidade
e alertou para a necessidade de preservação da água
potável para a conservação da vida. O diálogo
entre Castro Alves e uma das fontes personificadas foi destaque.
O grupo foi aplaudidíssimo.
A cantora Letícia Gabian apresentou repertório de
sambas antigos, bossa nova e clássicos da boa MPB. A voz
doce de Letícia, acompanhada do violão de Horácio
Barros Reis e a percussão de Otávio Henrique garantiram
o clima romântico e nostálgico da tarde. Além
da voz, Letícia apresenta na SPBC peças de pintura
de sua autoria, mas mesmo assim foi cobrada pelo grande talento
que expôs no Palco a apresentar um CD.O pedido veio da mais
nova fã. A estudante de Presidente Prudente-MG, Milena Hayashida,
se disse impressionada com o nível do repertório e
interpretação do trio e ficou sentida por não
poder levar o talento da artista pra casa.
Segundo
os organizadores da programação no Maracangalha, foi
o Grupo Romançal que causou a maior empatia com o público.
O grupo composto pela voz de Janaína Carvalho, a percussão
de Humberto Monteir e voz e violão do professor de música
da UFBA, Ângelo Castro, trouxe canções da cultura
hispânica cheias de sentimentalismo. Após o show, os
músicos foram muito cumprimentados. O professor de Arte de
São João da Boa Vista, divisa entre São Paulo
e Minas Gerais veio tirar uma foto com a cantora do grupo. Ele disse
nunca ter feito isso na vida e encheu de elogios a voz de janaína
Carvalho. Fiquei bobo, porque é uma voz romântica,
forte, e de clareza melódica disparou admirado o professor.
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