O resultado do
trabalho desenvolvido nas "Atividades Educativas para Crianças
e Jovens do Meio Urbano" está exposto ao público
hoje à tarde (18/07), na frente da Biblioteca Central. A exposição
traz os brinquedos feitos por jovens e crianças da comunidade
do Calabar, que fazem parte de uma das "Atividades Curriculares
em Comunidade" (ACC)da UFBA.
A atividade,
desenvolvida por estudantes de Pedagogia e Ciências Sociais,
tenta resgatar os jogos e brincadeiras desses jovens, que vivem
num bairro carente e violento. Segundo Silvana Lírio, socióloga
que monitora esta ACC, este é um trabalho para melhorar a
qualidade de vida dessas pessoas, para que elas possam também
melhorar o lugar onde vivem.
Utilizando materiais
como garrafas de plástico, tampinhas, caixas de papelão,
gesso, recolhidos na própria comunidade ou trazidos pelos
universitários, o grupo formado por 18 crianças e
16 adolescentes entre 4 e 18 anos ocupa o tempo com uma atividade
criativa. Além dos estudantes da UFBA, que incentivam e fornecem
o materiais como cola, tintas, pincel, os jovens do Calabar contam
ainda com o apoio da Associação de Moradores do bairro.
Apesar de não poder oferecer recursos financeiros, a Associação
cede o espaço para a realização da oficina.
Através
do entretenimento, tanto na fase de montagem dos brinquedos, quanto
no seu uso, as crianças resgatam seu lado lúdico e
aliviam as tensões do que Silvana chama de violência
latente. "Quando começamos o trabalho, essas crianças
eram muito agressivas conosco e entre elas mesmas. Era tanto a violência
física, das brigas, mas também agressões morais,
por palavras. Para eles, a violência era algo natural. Agora
nós já sentimos mudanças. Eles pedem nossa
intervenção, não quer que deixemos a comunidade",
explica Silvana, mostrando o balanço desses três meses
de trabalho.
Conversando
com alguns jovens, podemos confirmar estas afirmações.
Edilena Bastos, uma das jovens da comunidade envolvida no trabalho,
diz que trabalhar com os universitários é ótimo:
"O que nós precisamos é oportunidade e tentamos
agarrar a oportunidade que eles estão trazendo para nós".
Os brinquedos
produzidos até então são uma boa mostra do
poder criativo dos jovens do Calabar, já que na equipe não
existe ainda um orientador da área de Artes Plásticas.
"É tudo produzido por eles mesmos. Mas para o próximo
semestre, pensamos em abrir uma vaga para um estudante de artes
para trabalhar melhor esta parte", anuncia a monitora.
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